Então, como alguns perceberam, eu apaguei sem querer meu ultimo post. Dai entrei num dilema pensando se reescrevia ou não. Acontece que tenho apenas um mês pra entregar minha dissertação e não tenho nada pronto ainda! Quer dizer, tenho os dois primeiros capitulos sem todos os 50 mapas que devo fazer e varias correções necessarias. O terceiro e ultimo capitulo eu não tinha nenhuma linha até ontem.
Vou contar um segredo: eu não gosto de dissertações. Adoro pesquisar, aprender, apurar, fazer questionarios pra saber a opinião das pessoas, mas acho que poderia explicar tudo em uma reportagem de cinco paginas! Escrever 100 paginas sobre o mesmissimo assunto é uma coisa que não entra muito na minha cabeça, principalmente porque quase ninguém vai ter paciência de ler. Dai eu não fico com muita vontade de escrever, mas sempre tenho aquela pressão de terminar. Eh uma coisa horrivel que se transforma quase em dor fisica! Sério: doi. Dai eu enrolo, vou limpar as gavetas, vou limpar a cozinha, vou regar a plantinha e não sai nada. E pimba!, quando me dou conta ja é maio.
Então tive que tomar uma decisão. Ou eu adio o prazo e entrego em setembro (que é o que 90% da minha turma vai fazer) e passo o verão todo sofrendo como aconteceu no ano passado; ou eu me sacrifico durante um mês, estudando sério todos os dias e termino esse trabalho logo. Por mais inclinada à primeira opção que eu estava, optei pela segunda. Ontem, ja no espirito da nova Amanda, consegui escrever 5 paginas das 30 previstas para o terceiro capitulo. Mas essa dedicação significa que vou abandonar o bloguinho durante esse mês. Pode até ser que eu apareça por aqui pra escrever alguma coisa, mas não quero ter a obrigação de vir atualizar o espaço. Tenho certeza que minhas leitoras compreenderão!
Logico que tem a possibilidade de eu escrever como uma louca e minha professora achar que não esta assim tão bom e que eu deveria passar meu verão refazendo todo o trabalho que ja fiz. E olha que não é muito impossivel não! Mas bom, pelo menos eu tenho que tentar, né?
quinta-feira, 29 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Strip Tease




Aqui em baixo é o video das meninas conversando. Eh em francês e infelizmente não tem legendas. Quem quiser assistir outros aqui tem uma boa lista pra começar.
Strip - Les Petites Filles Modèles
envoyé par PeNeLAS.
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domingo, 18 de abril de 2010
Recarregando as baterias
Ulala! Férias!
Quando decidimos vir morar na França, eu e o cheri encaramos essa fatalidade como um sacrificio a ser feito em nome dos diplomas, do bolso e do curriculo e levamos essa premissa tão à sério que esquecemos de tirar férias. Nunca temos tempo para férias, é impressionante! Quando não se tem uma vida regrada, com um emprego estavel e férias a serem determinadas com antecedência e planejamento, cada um arranja uns dias de folga que, logico, nunca caem no mesmo periodo. O resultado é que a gente não viaja muito pela Europa, nem pela França, o que é um desperdicio.

(pena que nenhuma dessas lampadinhas foi pra minha dissertação, que alias, abstrai completamente nessa semana)



E tudo recomeça amanhã. Mas sob outra perspectiva.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010
Casabianda, uma "falsa boa ideia"

Casabianda é uma prisão a céu aberto, onde os prisioneiros andam com as chaves de suas celas (ou quartos) penduradas no pescoço. Eles trabalham em plantações orgânicas, pescam, dirigem tratores e ganham entre 9 e 25 euros por dia. Não ha fugas, os presos acham que eles têm tanta sorte de estar la, que ninguém pensa em fugir. A ultima fuga foi ha 25 anos e o fugitivo decidiu voltar pra cadeia por conta propria. Em suma, Casabianda é uma prisão humanizada.
Por que os crimes contra as mulheres são sempre tratados como crimes menores? Por que eles têm direito a uma vida boa (eles têm praia particular e fazem churrascos regularmente) enquanto suas vitimas estão traumatizadas pra vida toda? Eles não estão nem aprendendo uma profissão ou coisa que o valha, pois a maior parte deles tem uma boa formação acadêmica e tinha bons empregos antes de ser preso. Alguns são médicos, outros engenheiros. Eles estão la apenas para curtir a vida, como se estivessem de férias. Jogam tênis e golfe. Isso não é uma segunda chance, é impunidade.

Essa prisão é so o reflexo da sociedade, que minimiza os crimes contra mulheres (e às vezes até exalta) e faz as vitimas sofrerem duas vezes: a primeira com o crime em si e a segunda em ver que seu algoz ainda se da bem. Como diriam os franceses, essa prisão é uma fausse bonne idée. Para saber mais sobre Casabianda, aqui tem uma matéria da revista Le Point, em francês.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Um pouco de Brasil
Lembro que uma vez, no inicio da faculdade, tive que fazer uma redação sobre criminosos e direitos humanos. A gente tinha que comentar uma declaração de uma ong que pedia um tratamento mais digno para os presos. Mais especificamente, a gente tinha que escolher um lado e argumentar. Quem lê o blog ha um tempinho deve estar adivinhando qual lado eu escolhi. No entanto, meus caros leitores, vocês estão errados: eu escolhi o discurso mediocre de "direitos humanos para humanos direitos".
Não foi uma coisa consciente, sabe? O problema é que esse tipo de assunto simplesmente não me interessava, nunca tinha pensado realmente sobre isso e então não tinha uma opinião. Dai pensei pelo lado pratico da coisa. Se eu escolhesse defender os direitos humanos para os presos ia acabar ficando aquela coisa chata, monotona, aquele discurso de politicamente correto. Tinha certeza que todos os alunos iam escolher essa opção (hoje não tenho tenta certeza assim). Se eu escolhesse a outra, meus argumentos iam ficar mais interessantes, mais ousados, mais corajosos: uma transgressão, na minha cabecinha oca de adolescente.
Pois parece que funcionou. Como era uma prova de transferência de universidades, era o proprio reitor quem ia corrigir. Quando fui buscar os resultados, a pessoa me anunciou com um ar de cumplicidade que minha redação tinha sido a preferida do cara, so faltou me dar uma piscadela. Bom, fiquei feliz, legal, passei, mas nunca esqueci que eu escolhi o lado errado so porque era mais facil pra mim. De la pra ca aprendi que trangredir tem um significado muito maior do que rebeldia de adolescente e a gente tem que tomar muito cuidado para não lutarmos pela nossa propria submissão.
Mas isso tudo pra dizer que sim, eu sou do "grupinho dos direitos humanos" e descobri que às vezes a gente deve ser politicamente correto por mais careta que seja. Acho que tem coisas que simplesmente não são negociaveis. A maioria dos presos no Brasil são vitimas da nossa propria sociedade, dessa sociedade onde o chefe ganha 20 mil reais, e diz que é um salario correto, mas paga seu empregado 500 reais por mês. Tipo, como uma pessoa pode dizer que 20 mil reais é um salario razoavel e pagar 40 vezes menos a alguém? So tem uma explicação: ele se acha superior, ele merece ganhar bem, ele trabalha duro. A empregada que rala o joelho limpando sua sujeira não merece. São diferentes niveis de pessoas. Depois vão ver a novela das oito e se indignam com as castas indianas.
E querem o que? Que os pobres se contentem com seus papeis de pobres? Que ele limpem seus carros, varram suas casas, limpem as bundas dos seus filhos e sigam calados? Ah, a coisa não funciona bem assim não! A gente tem que escolher: vamos mandar parte dessa grana la pro norte, ou vamos esperar a miséria trazer mais desempregados pra ca? Vamos dividir essa riqueza toda ou vamos assistir nossos filhos serem assassinados por um tênis? Ninguém tem poder o tempo todo. Um dia seu vidro blindado vai quebrar.
Meter os rebeldes na cadeia não adianta nada. Depois deles, outros virão. E depois deles, outros. Vamos ver quem resiste mais. Tem que mudar a estrutura e uma parte dessa mudança, mesmo que pequena, deve ser feita na prisão. O sistema carcerario deve ser humanizado.
Continuo amanhã.
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sábado, 3 de abril de 2010
Le poisson d'avril ou o dia da mentira



Depois dizem que os franceses são mal-humorados!
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