quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Contrato quebrado

A Iara deixou um comentario interessante no ultimo post que acho que reflete bem o que muitos brasileiros estão pensando dessa reforma das aposentadorias na França: que é normal trabalhar mais quando a idade média da população aumenta. E acrescentou que "acho que previdência social é um cálculo bem mais complicado do 'o sarko é do mal e quer fuder a gente'". Eu ia responder nos comentarios, mas achei que valia a pena fazer um post.

Então, sem duvida o buraco é mais embaixo. Mas ele é muito mais embaixo do que qualquer brasileiro pode ir. A gente simplesmente não entende o que a aposentadoria significa para os franceses, então ja estamos na desvantagem de entender problema. Pô, 71% dos franceses são a favor das greves (veja bem, a favor das greves - o numero de franceses contra a medida deve ser ainda maior), eles nunca tiveram tão unidos! Até os conservadores são contra a reforma, até os tipicos eleitores do Sarkozy! Então é pra parar e pensar, poxa, o buraco é mais ambaixo da discussão de "as pessoas morrem mais tarde devem trabalhar mais" que parece tão obvia pra gente.

Eu, pessoalmente, nunca me preocupei com aposentadoria. Não espero receber uma aposentadoria um dia, afinal de contas, tenho 27 anos e nunca trabalhei mais de um ano no mesmo lugar. E mais do que tudo, nunca fui adepta daquele lema de trabalhar agora pra usufruir da vida depois, sempre preferi curtir enquanto é tempo, coisa que ja deixou meus pais muito aflitos e preocupados com meu futuro (sera que ja se conformaram?). Então assumo a pontinha de satisfação pessoal quando vi o mundo das aposentadorias francesas ruir. Meu primeiro pensamento nada altruista foi "A-ha! Eu estava certa e vocês errados! Trabalham feito burros de carga à toa". Porque a verdade é que eu nunca entendi a logica desse sistema de sacrificar os melhores anos de sua vida em nome de um trabalho que você detesta para um dia se livrar dele. O melhor exemplo é o daquele burro movido a uma cenoura amarrada na frente dele, que o pobre nunca consegue abocanhar. Ele passa a vida toda caminhando para se aproximar dela, cada vez mais certo de chegar e.... Adivinha onde a cenoura esta enfiada agora?

Mas depois dos meus primeiros pensamentos egoistas se dissiparem, eu me solidarizei 100% com os franceses. Poxa, se a escolha deles foi trabalhar até os 60 anos para depois curtir a vida, essa escolha deve ser respeitada. Foi um contrato moral que eles assinaram quando começaram a trabalhar e que agora o patrão quer mudar. Se eles soubessem disso antes, quantos teriam feito a mesma escolha? Quantos teriam a vida que têm? Quantos teriam passados seus melhores anos carregando cimento no ombro ou conduzindo tratores? Sim, porque são essas pessoas de trabalho mais humilde que vão sofrer mais. São elas que morrem primeiro, são elas que têm menos expectativa de vida. E lembrem-se que esses dois anos a mais é apenas o inicio de uma longa e ambiciosa reforma. Enquanto isso, um deputado com 20 anos de trabalho se aposenta com mais de 6 mil euros por mês e quem mora na França sabe bem que isso é uma fortuna para pouquissimos.

O que mais me incomoda nessa historia é que a oposição não tem uma contra-proposta clara. Porque uma coisa é certa: A França não tem dinheiro para continuar como esta. Então outras soluções seriam muito bem-vindas. O Partido Socialista francês ha tempos deixou de representar os interesses do povo. Tenho a impressão que ele concorda com a reforma, mas tem vergonha de dizer. A contra-proposta dele é fraca e timida. Nada que mereça destaque na imprensa ou nas manifestações. E os sindicatos, os atuais porta-vozes do povo nesse momento, não têm muita condição de apresentar uma contra-proposta valida, além de pedir mais negociação. Então é aquilo, fica todo mundo gritando que não quer, mas sem saber o que fazer depois. Como uma injeção que vem chegando e a criança diz "espera, espera!".

Por isso eu acho que todas essas manifestações não são apenas contra a reforma das aposentadorias, mas contra toda a politica sarkozista que vem sendo implantada ha 3 anos e que esta fudendo com os cidadãos mais vulneraveis. Porque pode ser que o caminhoneiro não tenha a solução para o problema das aposentadorias, mas ele sabe que tem alguma coisa errada quando o governo diz estar quebrado, mas ao mesmo tempo cria medidas que custam aos cofres publicos para beneficiar os ricos e as empresas. Em sua logica ele se pergunta por que diabos ele tem que perder enquanto os ricos ganham, porque é isso que esta acontecendo no governo Sarkozy. Se fosse so a reforma da aposentadoria, o conflito seria muito menor. O problema é que eles estão tirando dos pobres e dando para os ricos e de uma forma tão complexa que a oposição sequer consegue brigar com as mesmas armas. Mas continuam sabendo que aquilo esta errado, mesmo sem ter a solução. E vão fazer o que sabem fazer melhor: parar o pais pra mostrar que não, eles não vão se deixar engolir assim tão facil. E eu estou com eles.

15 comentários:

Patrick disse...

Amanda, há um detalhe que a mídia nunca informa: de onde vem os ganhos de espectativa de vida ocorridos nos últimos 60 anos. A origem é uma só: redução na mortalidade infantil. A espectativa de vida não está crescendo porque morremos mais tarde, sinto muito dar essa informação. Portanto, não há nenhuma alteração atuarial que justifique o aumento da idade de aposentadoria. A justificativa é bem mais singela: é uma forma discreta de elevar a carga tributária sobre a parcela mais pobre da população. De forma indireta, ao não permitir que essa população usufrua do retorno do tributo que pagou ao longo da vida. Isso se chama regressividade fiscal.

Iara disse...

Oi!

Eu vou me explicar melhor, embora eu acho que no fundo você não está criticando meu ponto de vista no comentário, né?
Então, eu tô bem por fora da política francesa. Não conhecia essas medidas que desoneram os ricos, por exemplo. Então, claro que eu estou 100% com a população, sem dúvida. E é angustiante saber que a esquerda não tem nehuma contra-proposta.
Particularmente, acho que seria razoável ter diferentes tempos de contribuição parta classes diferentes de trabalhos, mas sei que na prática e muito difícil definir isso. Lógico que o operário braçal tende a viver menos, ter menos saúde, se cansar mais, do que alguém que tenha um trabalho mais leve. E é injusto que a população mais pobre, que comece a trabalhar mais cedo, seja penalizada. E eu sei que é isso que vai acontecer. A minha angústia é realmente porque não vejo uma solução. Então, por mais que eu entenda os trabalhadores, é bem delicada essa crítica quando a gente não consegue elaborar uma alternativa, sabe? Porque parece que é só emocional, que não há outra solução racional viável. E eu acho que o Sarkozy usa isso como trunfo, se sente superior às manifestações, porque ninguém apresenta uma alternativa factível. Enfim. Difícil.

Mari disse...

So gente muito reacionaria ou ingênua não vê o quanto essa reforma simboliza a grande sacanagem que é o governo Sarkozy! Continua-se injetando capital publico no setor privado (para salvar a margem enorme de lucro das empresas e não os empregos como os sacanas dizem) e exige-se que os trabalhadores paguem a conta. Tem mais é que parar o pais mesmo e quebrar tudo. Fazer refens, colocar fogo em prédio publico, decapitar representante! O que é isso? Quem é que manda em quem? Quando eu leio certos comentarios de brasileiros sobre essa questão, sinceramente, me da vergonha alheia de tanta ignorância e subserviência terceiro-mundista! O governo deve REPRESENTAR os interesses do povo, não so ser eleito e deitar e rolar como fazem no Brasil. E é isso que esta revoltando os franceses...eles estão cada vez mais convecidos que o governo esta ignorando as suas reivindicações e o seu poder. E é por isso que a juventude esta revoltada e quebrando tudo. Pois numa sociedade em que a democracia esta ameaçada, o futuro da juventude esta em jogo e pra juventude francesa a perspectiva é que não ha perspectiva! e é assim que agem aqueles que se vêem sem saida: eles não tem nada a perder e não tem medo de mostrar isso. Essas manifestações vão muito mais além da discussão de dois anos a mais...
e eu também estou 100 por cento a favor, mesmo sendo refém do meu quartier durante as manifs, e mesmo tendo meu carro indeterminadamente parado na garagem...
e se o Sarkozy for decapitado no final, não vou achar nem um pouco ruim!

Rita disse...

Amanda, tudo que sei da política do Sarkozy vi aqui. Então percebo sinais de um governinho bem sacana, obviamente. Mas não me sinto apta a dar pitacos, ainda. Só registro que fico na torcida pela segurança de vocês por aí.

(Tenho lido tudo e comentado nada, mas estou seeempre aqui.)

Rita

Luciana Nepomuceno disse...

Não tenho informações suficientes pra opinar sobre o conteúdo (embora tenha um conceito bem negativo sobre Sarkozy e o que que ele representa). Queria só repetir o que disse (acho) no primeiro comentário que deixei por aqui, admiro - muito - o seu estilo claro, lógico e bem estruturado.

Amanda disse...

Patrick, mas a expectativa de vida é medida sem mortalidade infantil, não? Vou pesquisar melhor isso, valeu pela info!

Iara, não critiquei seu ponto de vista não, so peguei como exemplo pq sei que mt gente anda falando isso. Realmente é um assunto mt complicado, se não fosse, a oposição ja teria uma contra-reforma poderosa!

Mariana, bravo! Eh isso ai! Eu tbm fico besta como alguns brasileiros na França são reacionarios, sabe. Mas a impressão que da é que não entendem la mt coisa e se prendem no primeiro argumento que aparece. Pelo menos os franceses têm consciência do que é uma democracia e lutam por seus direitos.

Rita e Borboletas, a coisa aqui ta feia mesmo. Fico com um no no peito de ver toda uma politica social construida atraves de séculos estar sendo destruida aos poucos. To preparando um post que vai ajudar vcs a entender um pouco mais sobre o que o petit nicolas esta fazendo com a França. A politica francesa é bem interessante, sabe? Pelo menos é bem mais logica que a nossa!

Neide disse...

Oi Amanda!
Atraves do teu blog é que estou tendo conhecimento real da situação da politica Francesa. estou aguardando ansiosa por mais esclarecimentos! obrigada!!estou sempre por aqui... beijos!

Ana Duarte disse...

Oi Amanda! estou de volta a blogsfera, apos meses enterrada no meu mémoire!!!
Concordo com tudo que vc falou, e nem preciso acrescentar, tamanha é a coerência da sua explicaçao.
Ontem li num blog ( nao vou falar qual pq nao vem ao caso) de uma brasileira que mora na França, falando que os franceses so reclamam, que tem que trabalhar mesmo e bla bla bla. O pior sao os comentarios, taxando o povo de preguiçoso!!!! achei uma pena a falta de informaçao de algumas pessoas...
Bjos vou voltar sempre por aqui, adoro seu blog!

disse...

Ana Duarte, provavelmente o blog que vc leu foi o da Mirelle e um dos meus comentarios foi sobre o monte de beneficios que o trabalhador tem, comparado à outros paises. E isso é um fato. Eu trabalho aqui ha' 5 anos e tenho direito aos mesmos beneficios que os franceses. E sao infinitamente superiores aos beneficios que eu tinha quando trabalhava no Brasil.

Alias, pra quem quiser ler um pouco mais sobre a reforma da previdencia, vale a pena ler o post e a discussao, que foi muito boa, com varios pontos de vista diferentes:
http://www.13anosdepois.com/2010/10/revolucao-francesa-2010.html

Amanda, eu nao chamaria de "reacionario" alguém que é a favor da reforma. Pra mim, "reacionario" é sair na rua pregando violência, colocando fogo em escola, como se viu em Lyon. Mas felizmente grande parte dos grevistas sao contra a violência. Mas tem gente que se aproveita da confusao para fazer vandalismo e foi sobre isso o post da Mirelle. E' a minoria, ainda bem.

Admiro muitissimo essa qualidade dos franceses de colocar a boca no trombone, de lutar pelos seus direitos, mostrar a sua insatisfaçao. Se o povo brasileiro fosse assim, teriamos um pais muito melhor, nao tenho duvidas. Porém desta vez nao vejo contra-propostas. Tirar dos ricos e dar pros pobres? Otima idéia! Mas como implementar isso na pratica, sem que os ricos fujam para nao pagar impostos? Nao sei. Existem outras alternativas viaveis? Talvez, nao sou expert no assunto. So' escrevo o que vejo: até agora ninguém conseguiu fazer uma contra-proposta que pareça eficiente. Sou a favor dos protestos, eles tem toda a razao em protestar e lutar por seus direitos, mas ao mesmo tempo é preciso argumentar. Senao, de que adianta? Nem a oposicao da' propostas!

Estou atualmente trabalhando em um projeto numa empresa publica da França. Dentre os meus colegas funcionarios publicos, a maioria esta' perto de se aposentar (nos proximos 10 anos). Inicialmente quase todos estavam a favor da greve, mas com o passar do tempo e a falta de propostas, todos estao percebendo que nao ha' muito para onde fugir, infelizmente. Vive-se mais, entao trabalha-se mais. E' so' fazer a conta. O estado vai quebrar se nada for feito.

Acho sim que deveria haver exceçoes para trabalhos fisicos pq não é humano fazer um senhor de 70 anos carregar peso, construir casa. Isso sim eu estou de acordo, é preciso discutir melhor, a regra nao deveria ser aplicada para todos. Nao ha' como comparar o meu trabalho, sentada num escritorio, com o operario que sua literalmente a camisa.

Mas como a Mirelle disse bem, somos apenas um monte de brasileiros tentando entender a cabeça dos nossos anfitrioes. E nao é facil pq somos muito diferentes, as historias sao muito diferentes. Nao existe verdade absoluta e nenhum de nos é dono da verdade.

Amanda disse...

Oi Neide! Obrigada pelo comentario! :)

Ana, parabéns!! Fim de mémoire: ça se fête!! Valeu pelo apoio! Como disse pra Mari, eu tbm não entendo a posição de brasileiros que estão na França e ficam reclamando das manifestaçoes so pq não conseguem pegar o metro.

De, com certeza eu concordo que vandalismo não leva a nada. Alias, não so eu, mas a esmagadora maioria dos manifestantes. Ja cansei de ver na TV lideres sindicais e estudantis condenando o vandalismo, dizendo que isso so atrapalha o movimento e tira de foco o que é realmente importante. Em vez de noticiar os milhões de manifestantes nas ruas, a midia vai noticiar a meia duzia que botou fogo em carros e quebrou vitrines. O pessoal que faz isso, aqui é chamado de "casseurs", vc ja deve saber, não querem nada com nada, não querem protestar contra nada, querem é fazer bagunça e chamar atençao. Uns bobões, é o que eles são. E os manifestantes são contra eles tbm.

Sobre os beneficios dos trabalhadores franceses, vc nao acha que esse é o ideal? Uma vida melhor para todos, direitos sociais respeitados, etc, etc. E vc acha que se os franceses não fossem manifestadores, eles ja não tinham perdido TODOS esses beneficios? Pq as manifestações, Dé, não são para pedir mais beneficios, são apenas para manter direitos ja conquistados, que estao querendo tirar.

disse...

Amanda, eu sei bem que os vandalos sao minoria, tanto que aqui em Paris as coisas estao tranquilas (pelo menos por onde passo). Uma pena que a midia exagera e so' mostra a violencia. E' o que vende, né? Tanto que ja' vi passar aqui na frente de onde trabalho varias manifestacoes e todas foram pacificas. Nunca vi quebra-quebra.

Quanto a manter os direitos ja' conquistados, concordo totalmente com vc, e como eu falei, acho que tem mais é que ir pra rua manifestar. Mas ao mesmo tempo, vejo uma revolta vazia, com falta de propostas, falta de alternativas... por que a esquerda nao diz nada? Talvez pq nao ha' nada o que dizer e que eles sabem que a reforma é inevitavel? Se eles estivessem no poder, o que fariam? Iriam empurrando com a barriga até a bomba estourar? E se a bomba estourasse na mao deles?

Sim, sou a favor dos manifestantes e entendo perfeitamente a revolta. Como ja' disse antes, admiro demais essa qualidade de "reclamoes" dos franceses (que as vezes é um defeito pq eles realmente reclamam de tudo!), pois é por isso que eles (e de quebra, eu) possuem tantos beneficios. Porque lutaram por isso. Mas ao mesmo tempo gostaria de ver mais dialogo, para discutir alternativas, compensações quem sabe, enfim, chegar num consenso. Todos estao de acordo que do jeito que vai não da' pra continuar. Mas ninguém sabe dizer o que fazer para solucionar o problema.

Não estou apontando culpados: o governo, a oposição, os manifestantes... So' vejo que o problema é extremamente complexo e talvez nao haja uma solução unica onde todos ficarão contentes.

Patrick disse...

Amanda, o professor Vicenç Navarro (da Universidade de Barcelona e da John Hopkins) publica muitos artigos sobre o tema da esperança de vida:

"Las pensiones son viables"

disse...

So' de curiosidade, acabei de perguntar para o meu colega francês que trabalha na minha frente para saber a sua opinião sobre o assunto e achei interessante a sua resposta. So' para dar uma idéia, ele é um cara de cerca de 50 anos, informatico, divorciado, tem um CDD. Ele diz que ficou surpreso com a amplitude do movimento e que acha que o buraco é bem mais embaixo, que nao é um problema de facil resolução e que inevitavelmente as pessoas terão que abrir mao de alguns beneficios.

Ele diz que os franceses sao extremamente individualistas e so' pensam no proprio umbigo (essa me surpreendeu!). E que ele não consegue ver os quase 70% dos franceses contra a reforma, pq ele conhece poucos que realmente acham que as coisas deveriam ficar como estao.

Ele citou um ponto que comentei antes: que existem trabalhos muito mais duros que outros, e que esses deveriam ser tratados à parte. Ele tem uma prima que é enfermeira do turno da noite e falou que é realmente muito duro como trabalho. Mas que uma enfermeira do turno do dia é mais sossegado. Foi para me mostrar que dentro de uma mesma categoria de profissionais, existem grandes diferenças. Ele também comentou dos antigos ferroviarios, que respiravam fumaça de carvao, esse sim era um trabalho duro. Mas hoje em dia o ferroviario que conduz o TGV tem uma vida muito mais tranquila, mas beneficia de muito mais vantages que o resto da populacao pq o sindicato é forte e eles beneficiam dos direitos conquistados antigamente.

Outra coisa que ele comentou é que a grande reforma ainda esta' por vir, que é a da Sécurité Sociale. E essa sim vai fazer muito barulho pq impacta todo mundo diretamente no momento em que a reforma for feita.

Bom, é so' para dar um exemplo da opiniao de um francês, achei interessante o comentario dele.

Mariana disse...

Sim, estou com eles tb! Os franceses, ao contrário dos brasileiros, não têm sangue de barata!

Mas devo dizer que, ao saber dessa história toda, tb tive um sentimento egoísta de "schadenfreude". Eu pensava: "bem-feito, isso é pra aprenderem a não votar mais na direita". Claro que com o tempo me solidarizei, mas não deixo de pensar que isso tudo é resultado de um governo que não liga a mínima pros pobres, bem como vc disse no fim do post.

Helena disse...

Eu não concordo que brasileiro tem sangue de barata. Eu vejo diariamente muitas pequenas manifestações, reclamando de pedágio, de falta de segurança, de asfalto esburacado, por melhores salários... São manifestações pequenas, que afetam mais diretamente as pessoas. Acho que o nosso problema é falta de organização, de uma maior mobilização, mas não acho que as pessoas aqui ficam olhando tudo de errado e concordando... fora que nosso momento é outro, acho que as circustâncias favorizam as grandes mobilizações.

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