Ja contei algumas de minhas aventuras nos ônibus de Paris aqui, aqui e aqui. Mas o que vocês não sabem, é que minha prédisposição para acontecimentos estranhos nos ônibus é hereditaria. Hoje conto dois causos na familia.
No auge dos anos 70, quando as calças boca-de-sino reinavam, as camisas de linho eram ultra fashion e os cabelos lisos e compridos do meu pai faziam dele o galã da Penha, o sistema rodoviario urbano ja funcionava mais ou menos como funciona hoje, com a diferença que a roleta ficava na parte de tras. Papi fez sinal para seu ônibus, mas estranhou quando o motorista abriu a porta da frente pra ele, aquela que não paga. Ele ficou olhando pro motorista com cara de ué e o piloto perguntou: - Você não é leão? Papi perplexo disse que sim e o motorista retrucou - Então entra! Muitos anos mais tarde ele descobriu que "leão" era uma giria pra tratar os funcionarios das empresas de ônibus. Mas ele passou muito tempo se perguntando como diabos que aquele motorista sabia seu signo e porque nascer em agosto dava a ele o direito de viajar de graça. Tudo por causa da camisa de linho azul, que apesar de super na moda naquela época, era também o uniforme dos motoristas.
Alguém diz pro meu pai que a leitura de mentes não era ainda uma competência exigida para o cargo de motorista. Ela se desenvolveu apenas algumas décadas mais tarde, como prova a minha mãe. Ela conta que uma vez chegou no ponto bem na hora que seu ônibus estava indo embora. Mas como minha mãe é uma lady e não corre atras de ônibus como sua filha, se conformou sem maiores dramas e sem demonstrar seu descontentamento. Foi ai que o improvavel aconteceu. Ela jura que o ônibus, que ja estava ha varios metros de distância, deu ré pra busca-la. Eu disse:
- Mãe, eu nunca vi um ônibus dar ré na vida, achava até que eles não tinham essa marcha.
- Pois ele deu.
- Mas o motorista te conhecia?
- Tenho quase certeza que não, mas você sabe como sou com rostos, né?
- Mas como ele sabia que você queria pegar aquele ônibus? Você deu chilique?
- Nada! E eu raramente pego essa linha! Não sei o que aconteceu.
Pensamos, morremos de rir, matutamos muito, mas até agora ainda não temos a solução do mistério. Vou perguntar pro meu pai quanto tempo ele esperou antes de ter seu mistério resolvido. Quem sabe minha mãe ainda tem chances.
6 comentários:
Uma tia solteirona que morava com os pais já idosos, tinha por incumbência ir todo mês à Caixa Econômica receber a aposentadoria do pai. Era o dia em que ela punha a melhor roupa, passava baton e rouge e fazia o penteado da moda cimentado por laquê. Era a única chance de ver, ser vista e - quem sabe? – arrumar um companheiro.
Um dia, à bordo do 455 Méier-Copacabana, já na volta da missão, sentou-se ao lado dela um homem elegante e bonito que foi logo puxando conversa. E ela, lógico, deu a maior trela ao galã. Papo vai papo vem, ele saca do paletó um canivete enorme, encosta a ponta na altura do abdome dela e manda que ela passe o pacote de dinheiro que tinha na bolsa. Claramente o ex-galã e agora assaltante a havia seguido desde o banco. Muito nervosa e decepcionada, ela abre a bolsa e entrega o pacote. A chegar em casa aos prantos contando o ocorrido, a mãe dela, inconformada, virou a bolsa dela sobre a mesa, e, para surpresa geral, lá estava o pacote com o pagamento, intacto. Diante do milagre da multiplicação dos pacotes, pôs-se a pensar até achar a chave para o mistério, que revelou com um grito: - Dei o Modess para ele!
Fátima
Há alguns anos, entrei em um ônibus que fazia a linha circular entre as cidades satélites de Brasília. Apesar de não está cheio havia algumas pessoas em pé. Em uma determinada parada entrou um senhor com a bíblia debaixo do braço. Ele era pastor em uma igreja e começou a pregar. Os passageiros ficaram olhando aquilo sem entender. De repente o pastor gritou: Aleluia, irmão! Todos ficaram em silêncio, quem estava de fone deve ter até aumentado o som. O pastor não se conformou e gritou novamente: Aleluia, irmão! Vendo que ninguém ia responder ele começou a incentivar e gritar mais ainda Aleluia, irmão. Um guri para brincar, respondeu: Aleluia. Pronto, era tudo que o pastor queria. Ele disse: É isso aí, vamos louvar: Aleluia, irmão. E novamente os guris gritaram: Aleluia. Enfim, foram tantos gritos e risadas que todos os passageiros começaram a gritar Aleluiaaaaa. Parecia uma igreja ambulante na hora dos canticos. Quando desci, o pastor falou: Aleluia, irmã, vá com Deus...e continuou a cantoria...
Amanda,
eu ri MUITO com a história de "mas como nesse mundo aquele motorista sabia meu signo..." E quando contei ao Ulisses, no trânsito, morremos de rir juntos. Ai, obrigada, viu. Tô precisada de umas boas gargalhadas... e aí vem a Fátima com o modes roubada, hahahahha!!
Bom finde!
Rita
ROLEI de rir, tanto com a história do signo (super nonsense, sensacional), quanto com a do moddess. Rir assim é tão gostoso... Bjo!
Ai Manda!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Eu já ri tanto e ainda tô rindo, viu?! O seu pai é uma onda! ASHAUHSUAHSUAHSUHAHSAHSUHAH Eu com certeza diria: Serve peixes? UAHSUAHSUAHHSUHASHUA
Beijo enorme!
huahahuahuahuahuahuHUAHUAUHAHU tinha que reproduzir toscamente essa risada, porque foi assim que aconteceu: crescendo hahahaha MUITO BOM! adoro coincidencias! vou contar essa historia a camilo e sei que ele vai reproduzir minha voz (ela faz uma voz de pato, fina) dizendo "digaih, doido, que coincidencia! oxe, né nao?" hahahahaha adoro!
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