sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Classe média brasileira e greve na França

Quarta-feira, 10h15, cheguei na loja que eu precisava ir e ela estava fechada. Na vitrine li que ela so abria dali a 15min e decidi esperar assistindo mais um pedaço de Diamantes de Sangue no aparelhinho que o cheri ganhou dos colegas de trabalho. Daqui a pouco chega um coroa. Ele percebe que a loja so abre 10h30 e fica ali do meu lado, impaciente, olhando pro meu aparelhinho e pra mim, lançando sorrisos. Pensei logo que o cara queria bater-papo enquanto espera e que devia estar amaldiçoando esses jovens de hoje em dia que priorizam as maquinas contra os contatos humanos. Achei que ele tinha razão e desliguei meu filme. Não tinha nem terminado de tirar meu fone quando ele começou num francês perfeito: - Sabe, eu moro no Brasil e la, às 8h30 ja ta tudo aberto! Um absurdo essa loja ainda estar fechada e blablabla. Normalmente eu responderia que no Brasil o salario minimo ainda é ridiculo, então o empregador pode explorar seu funcionario e coloca-lo pra trabalhar a hora que bem entender, ja na França, as lojas so abrem se valer a pena. Mas nem liguei, porque fiquei feliz de encontrar um brasileiro e ja fui logo me apresentando como conterrânea. Ele também ficou feliz e foi logo dizendo como Paris mudou, como nos anos 60, quando ele morou aqui, tudo era diferente, irreconhecivel! Pensei, que legal, o cara deve ter sido exilado durante a ditadura (mal sabia eu...). Dai o papo parou na imigração e em como os pobres se aproveitam dos beneficios do governo, esses imigrantes aproveitadores. Aqui, ele continuava, a pessoa vai no hospital e ninguém pede nem a carteira de identidade, pra ver se o cidadão esta legal, ja sai atendendo. Um absurdo. Eh saude de graça pra todo mundo, é educação de graça pra todo mundo, onde essa França vai parar assim? Logico que retruquei e logico que falei mal do Sarkozy. Ele disse, sim, esse Sarkozy ta afundando a França, ele é igualzinho ao Lula! Tudo farinha do mesmo saco!

Aham, Claudia, senta la.

Foi ai que eu percebi que não dava pra dialogar com o cara. Ele não entende nada de politica francesa, muito menos de brasileira e fala com uma desenvoltura de que quem olha de fora, acredita. E pra mim, ele representa a massa de brasileiros classe média, aquela que viaja pro exterior, aquela que até mora no exterior, aquela que tem plano de saude. Eh um discurso decorado e repetido pelo seu circulo de amigos, mas ele é vazio. Eh um cara que faz de conta que entende e ainda quer explicar pra juventude como as coisas funcionam. Eh um cara que manda emails mentirosos sobre a Dilma, achando que esta cumprindo seu papel de informar seus amigos. Eh triste dizer isso, mas é uma mentalidade de um pais colonizado. Um pais onde escravos tinham escravos. Um pais onde todo mundo é criado pra tirar proveito de qualquer situação, de tirar o melhor pra si e deixar o resto pros outros. A nossa classe média não sabe, não quer saber, so quer viver a vida dela, como se fosse muito inofensiva. Eles acham que viver a vidinha deles inclui ter empregada e que isso não fere ninguém, pelo contrario!, ele esta dando emprego, olha que alma caridosa! Eh essa classe média que vota no Serra, que quer manter seus privilégios la no topo da pirâmide.

Quando essas pessoas entendem um minimo de politica francesa e resolvem dar pitaco, é claro que vão criticar os beneficios sociais do pais. Vão criticar como os franceses são preguiçosos e fazem greve o tempo todo. Vão criticar a imigração. E olha, ta cheio de brasileiro que mora na França que é assim. Porque eles não estão acostumados em viver numa sociedade que tenta ser igualitaria, onde a democracia é para todos. Nos estamos acostumados à regra do cada um por si, então se uma greve me atrapalha a pegar o metrô, nada pode justificar essa barbaridade. Se a greve me faz ficar horas na fila do posto de gasolina, ela não é justificavel. Sinceramente, eu acho isso muita mesquinharia. Eu ja andei do trabalho até em casa durante 45 minutos três vezes desde que a greve começou, e hoje cheguei super atrasada porque um sindicato fechou uma rua perto da Gare de Lyon, mas eu continuo do lado dos grevistas. Pensar so em mim é egoismo demais. Semana passada minha sogra teve que voltar de Paris pra Toulouse de carro (de carona) porque o voo dela foi cancelado. Pergunta pra ela se ela vai deixar de ir na proxima manif. Muitos se esquecem que quem faz greve sacrifica seu proprio salario e que uma greve a longo prazo, como essa, significa muito prejuizo para os grevistas. Se eles acham que vale a pena sacrificar seu ganha-pão para lutar por um bem maior, quem sou eu pra reclamar da falta de metrô?!

Eh como uma velha historia que meu pai me contava. Se tivermos duas opções: a) eu perder 10 para o outro ganhar 100; b) o outro perder 100 para eu ganhar 10. Pois não tenho a menor duvida que o brasileiro classe média tipico escolheria sem hesitar a segunda opção.

24 comentários:

Carol Nogueira disse...

Aham, Claudia foi a melhoooooor. Amanda, voce e otima. Assino embaixo com firma reconhecida no cartorio. Almocamos segunda? Beijo querida.

Alex Castro disse...

Belissimo texto. Tb faço pós no exterior e sei bem como é isso. Já escrevi sobre isso aqui: http://liberallibertariolibertino.blogspot.com/2007/02/contra-o-apartheid-brasileiro-mudanas.html

Luciana Nepomuceno disse...

E quem opta pelo item a) é visto pela mesma classe média como otário e digno de pena. Vergonha imensa disso tudo e preocupação. Quantas décadas necessitamos pra consolidar uma mudança de mentalidade? E teremos estas décadas se a cada eleição o discurso da direita se alastra e nos faz regredir?
Bjs

Ana Duarte disse...

Amanda arrasou com o texto!!!! adorei, vou até mostrar para o marido quando ele chegar em casa :-)
Obrigada pelos parabéns, foi duro mas consegui! é bom demais a sensaçao de dever cumprido.

Bjos bjos

Mirelle Matias disse...

Eu acho que o pior, o pior mesmo, não são os não politizados, são os extremamente politizados. Os que gritam aos quatro cantos que devemos respeitar à todos, mas que não conseguem respeitar quem não pensa igual. Eu sou de direita, e isso não faz de mim uma ma pessoa Amanda. Assim como vc ser de esquerda não faz de você um ser humano bom. Para uma pessoa ser bacana, ela precisa de muito mais além de visão politica. Existem pessoas boas em ambos os lados, e pessoas ruins também. Deus me livre de ser julgada como ser humano so pela minha visão politica. Eu sou muito mais, eu falo de outras coisas, eu convivo bem com todo mundo, acho graça de pensamento diferentes dos meus, mas não saio falando que quem é de esquerda é babaca, é isso ou aquilo so porque não enxerga o mundo do mesmo jeito que eu.Se eu encontrasse um cara na fila e começasse a bater papo, e o cara tivesse idéias que eu julgasse idiotas, eu iria no minimo rir! Porque ele tem la os motivos dele para pensar assim e eu não posso julga-lo.

Eu gostava tanto de vir aqui, tanto tanto.... uma pena.

Anônimo disse...

Belo texto.... encontrei o blog por acaso, qualidade A+. Parabens!!!

disse...

Mirelle, eu concordo com cada palavra que vc escreveu.

No post anterior recomendei a leitura do seu post e principalmente dos comentarios por achar a discussao de otimo nivel, para que os leitores do Porte Dorée pudessem ver outros pontos de vista e entender um pouco melhor o que se passa por aqui. O meu objetivo era apenas enriquecer a discussao.

Muitos concordaram com o que a Mirelle disse, outros não, muitos exemplos foram dados, experiencias pessoais, mas todos comentaram com respeito à opinião do proximo. E por isso a discussao foi tao bacana.

Leio muitos blogs com opinioes diferentes da minha, que muitas vezes me fazem refletir, enxergar as coisas de outro modo, conhecer outras realidades e até mesmo mudar de opiniao. E não é porque alguém pensa diferente de mim, que eu rotulo essas pessoas de reacionarios, ingênuos, mal-informados ou seja la' o que for.

Gostei demais deste post da querida Rita, de quem não concordo com tudo (ela sabe disso!), mas que tem um bom senso incrivel:
http://www.estradaanil.com/2010/10/da-arte-de-contar-ate-dez.html

Cunha, MML disse...

show de texto esses dias... parabens

So discordo que o cara seja da classe media. Ele tem dinheiro, obvio, mas poderia ser de quase qualquer classe. Tivemos e ainda temos uma educacao ruim no Brasil, por isso alguns de nos pensam - ou nao pensam - assim. Varios paises foram colonias e nao tem mentalidade de colonizado. Varios paises nao foram colonias e sao constantemente explorados. Nos fomos colonias, nao somos mais - acho ate que estamos melhor do que a matriz - mas sobos bobos, as vezes burros. Participamos do capitalismo de um jeito errado, chamamos de beneficio o que ja conquistamos por direito... eu mesmo chamei muito tempo bolsa de salario. O que me dava dinheiro, mas nao beneficios - digo, direitos.
Aqui os direitos sao cobrados por quem os tem. No Brasil chamariamos isso de socialismo (sic), aqui chamamos de vida normal. As vezes uns direitos sao perdidos, acho que a saude nao ta tao boa assim pra eles nao. A educacao e´ de graca, mas as melhores escolas estao no bairro que tem vista pra torre. As vezes parece que os franceses estao se acostumando com mais obstaculos. Mas tentaram mexer agora com a aposentadoria, ai nao da, entao geral pra rua. Qual foi a ultima vez que fomos pra rua e nao trabalhou? nao para fazer passeata pela paz num sabado ensolarado, mas pra dizer pra quem a gente votou (ou nao) que a gente nao ta feliz com as decisoes que tomaram.

em tempo:
http://mais.uol.com.br/view/1xu2xa5tnz3h/danilo-gentili--politicamente-incorreto-0402983668E0C173C6?types=A&

e

http://www.youtube.com/watch?v=VZr3KXoy5QI

bjus

Amanda disse...

Brigada Carol! Almoçamos sim! Bom, vou te escrever.

Alex, AMEI seu texto. Não conhecia seu blog e com certeza vou voltar, principalmente pra saber se vc ja terminou seu romance, ja que o tema me interessa muito! Valeu pela visita!

Borboleta, temos um longo caminho mesmo. Mas a gente segue andando, né?

Ana, obrigada! Eu sei como vc se sente depois de acabar o mémoire! E ai, vai encarar a tese?

Mirele, acho que vc se confundiu, eu não escrevi esse post pensando em vc. Alias, eu nem li o seu post que a Dé indicou! Não sei pq vc se sentiu tão atingida. E eu nunca disse que quem é de direita é babaca, onde vc leu isso? Eu critico aqueles que não entendem nada de politica e discursam como se fossem doutores. As pessoas têm todo direito de não gostar de politica, mas não venham querer posar de especialistas! Desculpe se te ofendi involuntariamente. Você tem todo o direito de ter sua opinião mas, honestamente, eu não tenho a menor vontade de ouvir o que você tem a dizer e é por isso que eu não frequento mais o seu blog. Achei que vc soubesse disso depois daquele incidente.

Dé, espero sinceramente que vc tbm não tenha pensado que escrevi esse post pensando em vc. Eu gostei muito da sua contribuição para o debate nos ultimos posts e concordo em grande parte com eles.

Amanda disse...

Marcel, vc ta certo, não da pra generalizar as colônias. Mas é que eu to estudando historia do brasil e to desesperada, vendo como a historia se repete e entendendo um pouquinho mais das origens dessa nossa mentalidade. Concordo muito que aqui o que é normalidade, la é "mamar nas tetas do governo". E esses dias eu tbm fiquei com raiva de mim mesma, pois pensei "poxa, eu queria participar de uma manifestacao, pena que eu trabalho". Porra, pq eu não faço greve tbm? Imagina se todas as babas fizessem greve, Paris parava!, com a quantidade de bebes que tem nessa cidade! :/ Ah, e eu sei que o cara é classe média pq a gente conversou sobre outras coisas tbm. Beijo!

caso.me.esqueçam disse...

ah, o mundo seria tao bonito se o "respeito ao proximo" que esse povo julga pregar fosse realmente praticado! concordo com o que você disse sobre se sacrificar. eh que o pessoal pensa que greve justa eh aquela greve em que ninguem vai ser incomodado. hehehehe quantas vezes essa semana tive que descer do metro, tramway e arrumar outro modo de voltar pra casa? meu trem à rennes foi cancelado ontem, tivemos que ir a paris e depois a rennes. e olha, nem pretendo me aposentar na frança, mas apoio essa greve. eh soh uma questao de pensar VERDADEIRAMENTE no outro e nao ficar se doendo porque ficou sem gasolina no carro.

acho graça esses depoimentos feitos aqui sobre respeito e tolerância. se eu nao conhecesse qual é a real, ia chorar de emoçao e fé na humanidade.

você tah precisando de despolitizar, amanda. tah muito politizada! assim você vai acabar afastando seus leitores, como ja ta acontecendo. cuidado.

Helô Righetto disse...

muito bom amanda! e por favor, não se "despolitize" : ) vou twittar a respeito desse post, é bom demais pra deixar passar!

Sonia disse...

Excelente post. Muito bem colocado. Parabens.

Rita disse...

Oi, Amanda.

"Um país onde escravos tinham escravos" - nossa, é bem isso.

Gostei muito do seu texto e por isso fiquei tão surpresa lendo alguns dos comentários - eu não tinha lido seu texto da mesma forma que a Mirelle ou a Dé. Acho que minha leitura evidenciou outros aspectos em seu texto e por isso não vi da mesma forma. Eu conheço várias pessoas que se encaixam na descrição que você apresentou e por isso fui lendo e achando normal. Mas também é verdade que faço parte da elite branca do Brasil e portanto sei que nem todo mundo nessa elite é igual. Se fosse, eu não teria coragem de me olhar no espelho. Sou elite por causa do salário que ganho - mas odeio o grande gap. E torço para as semelhanças com o estereótipo pararem aí, no salário (e torço por uma estrutura social bem diferente, obviamente). Tenho vergonha de todo o resto que compõe o estereótipo e por isso tento fazer diferente. Bom, a conversa seria enorme, mas não cabe aqui. Só quero dizer que achei seu texto lúcido, questionando o discurso fácil vindo de pessoas que se importam muito pouco ou quase nada com o bem estar coletivo, e que, como frequento seu blog há um tempinho, sei de sua visão nada reducionista. Ao mesmo tempo, entendo parte do texto da Dé: é sempre bom dar uma pensada nos estereótipos (mas, de novo, eu sei que você sabe disso). Eu, por exemplo, viajo pro exterior de vez em quando, mas sempre com olhos abertos para aprender com outras culturas, munida de respeito pelo diferente, tentando ver meu país com outros olhos. Mas ainda assim, sou aquela branquela classe média alta que viaja pro exterior de vez em quando. Né? Ah, será que me fiz entender? Corro o risco. Mas de novo, achei seu texto muito bom.

Dé, obrigada pelo carinho (mas eu adoooro essa porte dorée!). ;-)

Amanda, e agora, o pacote do governo foi aprovado, né? Aguardo novas notícias do seu petit journal.

Beijo grande,
Rita

Rita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana disse...

Já bem dizia Cazuza: "Enquanto houver burguesia, não vai haver poesia".

Considero esse pensamento elitista (nem falo de classe média, porque considero esse um eufemiso - classe média é a nova classe C, quem mora no Leblon é rico) muito, mas MUITO mesquinho, pra não dizer egoísta. Nossa elite vive com medo de "pagar imposto pra sustentar vagabundo do Nordeste com Bolsa-Esmola" e de perder seus privilégios, mas esquece (ou não quer nem pensar) que esses privilégios só existem porque existe um enorme gap social no Brasil, que faz com que pessoas que não nasceram com a mesma SORTE (é SORTE, não COMPETÊNCIA) não tenham oportunidades. Nossa elite também se esquece que o Brasil é subdesenvolvido por conta do número de pobres, ao passo que a Europa é desenvolvida porque não existe pobreza como a daqui, mas também praticamente não existe a vida luxuosa dos gatos pingados do Alto Leblon e dos Jardins.

Bem, é isso. Essa burguesia típica (vejam bem, nem todos os burgueses são assim) me dá MUITA PREGUIÇA! E seu texto é fantástico!

(PS: Vc fez Jornalismo no Rio mesmo? Em qual faculdade? Eu estudei Publicidade na ECO/UFRJ e vc me é familiar, hehehe)

Anastasia disse...

Lula = Sarkozy, gente eu ri hahaha.

Fora que sério, me dá nos nervos um estrangeiro falar mal de outras pessoas que também são estrangeiras. Igual negro falando mal de outros negros, e mulheres falando mal de outras mulheres.

A verdade é que é como vc bem disse, a classe média quer viver a vida dela, sem nenhuma intervenção. Não desejam sair da zona de conforto nem que seja por um bem em comum.

Pelo visto a classe média conservadora está em todos os países, inclusive nos tidos como mais "evoluídos".

Anastasia disse...

Só mais um comentário: Um estrangeiro na França falando mal de outros estrangeiros deve se sentir mais francês ao fazer isso né? Mas será que os franceses (somente os que são xenófobos) o enxergam da mesma forma, ou o colocam no mesmo saco que os imigrantes ilegais que estão por aí?

Nunca fui na França, mas minha melhor amiga mora aí. Ela é brasileira, assim como vc está fazendo mestrado tb, mora legalmente no país, mas sempre diz que a xenofobia aí é muito forte mesmo para ela.

Amanda disse...

Luci, pois é, justo quem chega aqui falando em tolêrancia e respeito, né? So não gostei de saber que vc passou em Paris na encolha! Hunf!

Valeu, Helô! Pode deixar que não depolitizo não! Nunca vi ninguém ser politizada demais! E olha que estou beeeeeeeem longe disso.

Obrigada, Sonia!

Rita, vc é um amor mesmo! Logico que não da pra generalizar a classe média, até pq eu faço parte dela tbm e espero que eu seja um tiquinho diferente das pessoas sobre as quais escrevi. E mts vezes me sinto mal por pertencer a essa classe. No mestrado, por exemplo, às vezes os professores falavam sobre o Brasil e diziam que a elite é branca e os pobres são negros, que so os brancos têm o privilégio de estudar, de viajar para o exterior, etc. E eu la no meio da turma, a brasileira de olhos azuis com vontade de se enfiar num buraco. Mas Rita, a lei foi aprovada no senado, mas ainda não é definitiva.

Mariana, acho que vc tem razão, classe média deixou de representar a elite, vou tentar passar a usar esse termo agora. Acho que vc não me conhece pelos corredores da UFRJ não. Estudei na Facha. Quer coisa mais elite que isso? So se fosse na PUC mesmo! :)

Anastasia, que bom que vc entendeu meu ponto de vista! Dizer que Lula é igual a Sarkozy é assinar um atestado dizendo "eu não entendo nada de politica brasileira, muito menos francesa". Pq a pessoa pode ter uma opinião conservadora e tal, mas não pode nunca dizer que eles são iguais. E tbm não entendo MESMO esses brasileiros que moram na França e criticam a imigração. Hello! Da uma olhada na certidão de nascimento pra dar uma refrescada na memoria! E eu te digo que tem muitos, viu?

Beijos a todos!

Mariana disse...

Oi, Amanda!
Engraçado, acho que vc parece com alguém que eu conheço, heheheh. E, sobre a UFRJ, nunca vi um lugar com maior concentração de ricos... É uma das muitas contradições do Brasil: a maioria dos que fazem comunicação em faculdade pública só conseguiram passar no vestibular pq papai teve grana pra bancar um cursinho e as melhores escolas particulares (eu sou exceção, fiz Pedro II). A UFRJ tem muuuuuuuuuuito riquinho, mas não sei se chega a ser como a PUC...

Sobre os brasileiros que reclamam de imigração: conheço VÁRIOS que moram no exterior e são assim... Oi???? Essas pessoas cresceram numa redoma de vidro aqui no Brasil, protegidas pelo seu status de elite, daí quando vão morar na Europa, se esquecem de que fora do Brasil estão no mesmo saco dos demais imigrantes. Eu falo isso na cara deles, mas sempre escuto aquela história "veja bem, eu sou diferente..." Diferente pq, cara-pálida? Vc NÃO é FRANCÊS, NÃO é ESPANHOL, NÃO é INGLÊS! Só rindo mesmo dessa GENTALHA, hauhauhauuhauhuhahuauh

Unknown disse...

Texto até bem escrito, mas falacioso no final.

Unknown disse...

Texto até bem escrito, mas falacioso no final.

Cervantez disse...

Levando em consideração o seu jeito de pensar (exposto no texto) e a frase do seu pai, chego a conclusão que ele tinha uma cabeça muito boa e que você aprendeu direitinho com ele. É sempre bom saber que tem brasileiro que pensa assim, me enche de esperança :-)

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