sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Realidade pra uns, piada pra outros, parte II

A semana acabou com uma boa noticia: não teve Tiririca no Le petit journal! Estava meio apreensiva pra hoje, sexta-feira, achando que eles iam fechar com chave de ouro, mas dai lembrei que não tem petit journal às sextas! Acho que é a primeira vez que fico feliz com isso. Desde segunda estive apreensiva com o programa. Levei para o lado pessoal, mesmo, sabe? Parecia que eles estavam falando de mim ali, procurando meus defeitos, mostrando uma foto minha de biquini e rindo das minhas celulites. E eu so pensava "tomara que eles não reparem que meu joelho é meio pra dentro". Não sei porque levei tanto para o lado pessoal, ja que eu não tenho que me responsabilizar pelas palhaçadas que acontecem no nosso pais, muito menos pela edição safada que fizeram dos estereotipos brasileiros. O fato é que me atingiu.

Falaram de mulheres, futebol, plasticas, mulheres, praias, gays, mulheres, sol, calor e travestis. Pouca gente sabe, mas na França se acha que no Brasil tem muito travesti. Isso porque tem muito travesti em Paris e todos eles são brasileiros. E é logico que eles aproveitaram a piada e fingiram que um dos produtores saiu do armario, virou travesti e se integrou perfeitamente no Brasil. O que me deixa meio assim, é que o cara apareceu do lado de um monte de gente, todo mundo sendo simpatico com ele, rindo da brincadeira, sem entender que eles é quem eram o alvo das piadas.

De politica mesmo, falaram pouco, mais no primeiro dia. Preferiram mostrar as garotas de biquini, o topless de um travesti sem noção na praia (alguém aqui ja viu um travesti na praia fazendo topless???), um coroa na praia com trejeitos fortes e um sotaque estrangeiro, que é claro que passou despercebido pois disseram que ele era brasileiro, dizendo que coloca botox não sei quantas vezes por ano.

O que foi dito sobre o Brasil foi exagerado, manipulado, falseado e modificado pra caber nas piadas. Mas na verdade é apenas uma caricatura do pais. Nada daquilo é mentira, as verdades foram apenas exageradas, mas estão ali. Acho que foi isso que me incomodou mais.

7 comentários:

caso.me.esqueçam disse...

esse eh o problema das caricaturas. ontem fomos a um show de dança de um grupo do rio. muito lindo, espero ter vontade de falar sobre isso no blog. bom, dai um dos tableux (eh assim que se diz?) era sobre o futebol. pensei "que bosta, tanta coisa pra falar, o povo sempre leva pro cliche", mas finalmente foi muito lindo e dava pra ver que era aquilo que os franceses estavam esperando mesmo...

Ana Claudia Caetano disse...

Também morei fora e senti a mesma coisa. Morei 3 anos em Curitiba e não aguentava ver os curitibanos sempre dizendo que os cariocas eram imprestáveis e só queriam dar calotes. PS: Como se diz na gíria aqui no Rio, levei meus primeiros 2 "beiços" lá dos honestos paranaenses...
Depois morei 7 anos em Portugal e me ficava absolutamente irada todos os anos por ter que explicar que não existe a morte de milhares de pessoas aqui no Brasil. Eles achavam que no carnaval, meio país morria.
A gente se dói, a gente se envergonha de ver esses esterótipos, mas seguimos em frente.
Hoje em dia, de volta ao Brasil e ao Rio, me envergonho quando vejo usarem pessoas humildes e ignorantes como estrelas de brincadeiras sem a menor graça. Finalmente me envergonho, saber que um Tiririca da vida, vai ser eleito, porque 1 milhão de pessoas vão "brincar" de sacanear o governo e eleger uma pessoa que até o talento artístico é duvidoso. A pergunta que nós brasileiros devemos nos fazer é: Você escolheria um mendigo para cuidar dos seus dentes? Um gari pra fazer uma cirurgia no seu filho? Um nerd como personal training? Então pra que eleger um ex-jogador, ex-ator um ex-famoso qualquer para votar e nos representar?!?!?

Cris Chagas disse...

UFA! Ao menos nos livramos do Tiririca kkk

Ana Claudia, eu também morei em PT. Pior era ter que aguentar os brasileiros de todo canto do Brasil, sofrendo o pão na mão de porguês e sendo preconceituoso com carioca. Pra mim era pior sofrer o preconceito de um brasileiro ao de um português.

Mas tudo bem, era inveja kkk

Unknown disse...

Amanda, vc nao precisa se sentir representada pelas brasileiras do Le Petit Journal nao.... Sabe pq? pq vc deixou de ser brasileira. Agora vc é francesa (naturalizada)!
E tb, tem muito travesti sim no Brasil!!! Deve ter mais até bi e gay do que hetero! Mas nao se assumem. Serio. Entra la no chat uol, clica em "Cidades", escolhe um estado e uma cidade e tu vai ver um monte de homem casado procurando macho!!!
Ah melhor forma de consertar nosso país é rir de nos mesmos!
Bjitos!

Cris Chagas disse...

Amanda, foi mal. O post entrou um monte de vezes...

Asnalfa, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa kkkk Travesti, gay e bi são coisas diferentes.

abs

Isadora Rubim disse...

Amanda,
Eu fiquei tão constrangida com tudo aquilo que até me retirei de fininho da sala. Como eu explico pra minha sogra que tb não é assim? Mas na verdade é quase assim mesmo...So que não tão exagerado. Rs

renata disse...

Oi Amanda, infelizmente é assim. Eu sei q é chato, já q estão falando da gente, mas nós tbm fazemos isso com os outros. Como a Ana Claudia disse, os brasileiros tbm criam estereotipos p/ os proprios brasileiros, além dos portugueses, argentinos e tantos outros. Claro q é chato, mas nada mais normal, já q nos tbm criamos estereotipos p/ eles. Ou qual é a fama de frances no Brasil? De q eles não tomam banho, são isso ou aquilo.

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