quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sobre aviões e impotências

Que triste acidente.

A cada dia vão se colocando as peças no lugar e a gente vai descobrindo aos poucos os detalhes da tragédia. Onde o avião caiu, como ele caiu, porque ele caiu. Nos, os brasileiros que moramos na França, imediatamente pensamos: podia ser eu ali dentro. E por uma diferença de um dia, de três semanas ou de dois meses, não estavamos la. E todos temos a impressão de que foi por pouco.

O que me idignou na reação dos brasileiros tanto aqui como no Brasil foi a pergunta que parecia mais urgente : havia quantos brasileiros no avião? Sinceramente, o que importa? 288 vidas foram embora, a nacionalidade das vitimas é apenas um detalhe banal. Esse papo de "30 nações unidas pela mesma dor" não faz o menor sentido! Não deveria importar se eram todos brasileiros ou chineses, o drama é o mesmo, pessoas morreram. Fronteira é um conceito tão ultrapassado.

Não nos resta muita coisa a fazer. E esse sentimento de impotência é o pior.

5 comentários:

caso.me.esqueçam disse...

pois é, minha mãe me mandou um email no dia seguinte tão preocupada que achei que ela estava em duvida se eu estava no avião ou não. e olha que vim pra cah semanas antes do acidente! no final das contas, é isso: "podia ser eu ali dentro". desceu uma lagriminha quando li sobre o assunto. camilo perguntou por que me abati tanto com o acidente enquanto todos anos pessoas morrem em acidentes de carro. bom, meu caro, porque eu pego avião e não tenho carro, ora pois.

caso.me.esqueçam disse...

e, vei, sinceramente, imagina o desespero das pessoas sentindo que a coisa não vai bem. a despressurização. o barulho etc... porra...

Unknown disse...

Medo, muito medo de voar... Sério, vão ter que me apagar daqui por diante, ou então, vou conhecer Paris de navio (pelo menos as chances de sobreviver a um desastre são maiores).

Medo, muito medo, Mandita...

Sidnei disse...

Amanda,

por diversas razões culturais, o Brasil é um país onde predomina o comunitarismo e não o cosmopolitismo. Isso é um sentimento tão humano quanto esse famoso sexto sentido mãe/filhos que ninguém consegue explicar.

Essa tua reação tão temperada quanto lógica, universalista, me faz pensar o tempo em que eu me encontrava no cruzamento entre minhas duas culturas : franco e brasileira.

Só que em vc isso me parece bastante precoce !

_____
SRJr®

Rackel disse...

O pior é que, quando eu fui a Paris no fim de março, meu pai sonhou com o avião caindo cmg dentro... só me contou depois q eu voltei de viagem. Pouco mais de 1 mês depois, cai o avião da air france... mesmo vôo, se bobear, mesmo avião!

Sinistro, né?!?

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