Muitas vezes o lanche da tarde das criancas é um pedaço de baguette com uma barrinha de chocolate no meio. Tipo, chocolate de verdade, nem é Nutela não. As vezes é até o meio amargo, que aqui eles chamam de noir (preto e o nosso preto eles chamam de au lait), que é melhor pra saude. Pão e chocolate devem ser as coisas que eu mais gosto de comer no mundo! Mas juntas? Eca! Digo o mesmo de croissant de chocolate e afins.
9- Livros no metrô
Esse é um fenômeno que adoro! Quando estou no metrô e olho ao redor, todo mundo esta lendo um livro, é impressionante. E quem esta sem, aproveita pra dar uma olhada na leitura ao lado. Eh um grande estimulante, da a maior vontade de ler também. Quando os trens estão muito lotados, os livros desaparecem, pois é meio desconfortavel lutar por um pedaco de espaco pro seu livro, a nao ser que voce esteja no final e valha a pena ficar com o braço e o pescoço virados pra cima. Quando a leitura é boa, não tem jeito: ja vi gente andando entre os corredores do metrô pra fazer a baldeação, subindo e descendo escadas, sem tirar os olhos do papel.
8- Tomar banho sentado
Sei que não é todo lugar que é assim, so os apartamentos mais velhos. O fato é que tem dois anos e meio que eu tomo banho sentada! E mais: segurando o chuveirinho em cima da cabeça! Muitos apês nao tem chuveiros, so banheiras, e como um banho de banheira não é pratido no dia-a-dia, eu acabo improvisando um chuveiro meio desajeitado. E como não ha possibilidade de por uma cortina, tem que sentar mesmo, a não ser que depois eu queira secar o banheiro inteiro. Aqui existem verbos diferentes para tomar banho de chuveiro ou de banheira. Por isso o cheri quando estava aprendendo português sempre dizia que estava indo tomar uma chuva.
7- Pegar sol no parque
Sol, daqueles quentes mesmo, é coisa rara em Paris. Então quando ele resolve dar as caras as pessoas nem pensam no ridiculo e querem mais é aproveitar sua presença antes que ela va embora. Como aqui não tem praia, os parques ficam cheios de gente de roupa de banho, as mulheres até fazem topless pra pegar sol. Tipo, no meio de Paris! E isso quando não levantam a calça jeans até o joelho e a blusa até o peito, pra tentar bronzear parcialmente o corpo, o que eu acho até pior do que assumir um biquininho no parque. Sei la, pra quem vem de uma cidade litorânea isso é muito estranho. Apesar de que se no meu primeiro verão eu quase ria de quem fazia isso e no segundo eu olhava com desconfiança, agora no terceiro ja tô até pensando em fazer o mesmo, ja que não vou ter férias esse ano!
6- Comer frutas de maneira estranha
As frutas aqui na França são maravilhosas! Merecem um post so delas. Mas os franceses tem uns habitos estranhos na maneira de comê-las, principalmente as tropicais. Por exemplo, eles comem maracuja de colher! E sem açucar! Nossa, é azedo demais, não da. Uma vez fiz um suco pra
Clara e ela amou a novidade. Alias, liquidificador é um eletrodoméstico pouquissimo usado por aqui. Uma vez fiz caipirinhas para uns amigos e no fim todos eles começaram a chupar o limão. Achei muito engraçado. Eles disseram que seria disperdicio deixar o resto de limão la no fundo do copo. Outra coisa estranha é que eles comem abacate com sal e azeite. Ou em saladas e até sushi! Bom, mas ai eu acho que os esquisitos somos nos, pois em quase todo o resto do mundo o abacate é comido salgado e não doce.
5- Andar de patinete
Eh comum por aqui (pelo menos no 12ème) ver adultos indo trabalhar de patinete. Realmente é bem pratico se o trabalho for perto de casa. Acho que diminui em três vezes o tempo de chegar a pé e ainda evita ter que pegar os transportes coletivos. Pra quem é ruim de bike como eu, é o ideal, ja que com patinete se pode andar na calçada. Tai, vou pensar em comprar um. Em dia de greve de metrô então, é um festival de patinetes, patins e bicicletas. Sempre vejo pais e mães levando seus filhos pra escola, cada um com seu patinete. Mas que é engracado é, ver aqueles engravatados e aquelas mulheres de negocios em cima de um brinquedinho que na minha cabeça, é para as criancas de divertirem.
4- All star
Nunca vi tanto all star na vida como em Paris. Acho que é tipo a Havaiana deles. Todo mundo usa, principalmente os mais descolados. Alias, eu não vejo muitos saltos altos por aqui, bem menos que no Brasil. All Star é fashion e é unanimidade. Uma vez quando fui trabalhar eu estava u

sando um, o pai das crianças estava usando um, o garoto de 3 anos calçava um também e o bebê de 6 meses também estava com um par. O modelo mais comum é o cano médio. Na minha ida ao Brasil fiz questão de providenciar um par, ja que aqui é bem mais caro.
3- A falta de numeros nos apartamentos
Em Paris os apartamentos não tem numeros. Quando dou meu endereço, tenho que falar ‘sexto andar, porta do meio’. Ja viu maluquice maior que essa? A consequência mais chata são as correspondências, que são entregues de acordo com o sobrenome, não com o apartamento. A sindica (porque porteiro na Franca é um conceito inexistente devido a maior igualdade social) recebe as cartas e tem que ficar procurando os nomes nas caixas de correios pra saber onde colocar. Tão pouco pratico! Por isso se a pessoa não escrever o sobrenome da outra, a carta simplesmente não vai chegar. Eu sempre escrevia cartas para os amigos e sempre colocava em vez dos nomes, os apelidos. Aqui não rola. E mandar uma carta para uma pessoa que não mora no endereco requer medidas especiais. Tem que escrever o nome da pessoa e depois escrever ‘chez fulano de tal’ (casa do fulano de tal), que é pra indicar onde colocar a correspondência.
2- Vergonha de ser rico
Ao contrario do Brasil, aqui as pessoas não gostam muito de admitir que ganham mais dinheiro que as outras. Morar em um bairro mais chique muitas vezes significa ter que justificar porque você mora la, tipo, ‘achei um aluguel bem barato, que sorte!’. Uma vez fui fazer uma pesquisa em Macaé, no Rio, e tinha que saber quanto uns empresarios ganhavam. Achei que fosse dificil os caras falarem, porque era muito dinheiro e mais importante, as pessoas que trabalhavam pra eles ganhavam uma miséria. Que nada, eles falaram orgulhosos dos seus lucros, se gabando de cada centavo. Aqui na França seria uma vergonha tremenda ganhar tanto dinheiro e, pior ainda, não repassar para os empregados. Bom, tô falando da classe média, porque os ricos devem morar num mundo a parte no qual eu não tenho acesso. Apesar de, para mim, isso ser uma coisa positiva, não deixa de ser uma esquisitice pros brasileiros, tão acostumados com a ostentação.
1- Preocupação com a aposentadoria
Tenho a impressão de que os franceses vivem para se aposentar. O cheri viajou pelo mundo durante 6 anos e uma pequena parte dessa viagem estavamos juntos. Toda vez que encontravamos um francês e o cheri dizia que estava fora da França ha anos, eles SEMPRE perguntavam, assustados: ‘mas e a sua aposentadoria?’.Acho que essa seria a ultima pergunta que eu faria. Nunca liguei pra isso, sempre preferi viver minha vida no presente. Isso não quer dizer que a gente saia por ai gastando, ao contrario, não somos nem um pouco consumistas. Mas dai a entrar na paranoia de quanto mais cedo se arranjar um trabalho decente, mais cedo vai se aposentar, mais dinheiro vai se ganhar e ai sim, poder começar a aproveitar a vida, ah, pra mim essa não cola. O governo francês chegou a conclusão de que não vai dar pra sustentar tantos velhinhos e foi anunciado um plano de extensão dos anos trabalhados, que na França ja é bem maior que no Brasil. Os franceses so faltam morrer de odio! Imagina trabalhar pra se aposentar e dai descobrir que, ops, vai ter que trabalhar mais alguns anos.