quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Defesa da dissertação

Achei que não fosse ficar nervosa com a apresentação do meu mémoire. O pior ja tinha passado! Passar um ano pesquisando, fazendo entrevista, lendo, indo até o Paraguay de ônibus, passando horas e horas entre uma cidade e outra, escrevendo em francês, pedindo pra outras pessoas corrigirem, me desesperando em ver que tudo o que escrevi estava errado, organizando capitulos, esperando impacientemente a opinião da professora, bom, eu achava que meu sofrimento ja estava de bom tamanho. Mas é claro que eu estava errada.
Minha professora marcou a data a defesa duas semanas antes. Decidi que não ia me preocupar na primeira semana, ia curtir as férias e so na segunda começaria a me preparar. A segunda semana chegou rapido demais e eu fingi que não vi. Deixei passar um dia, depois o outro, depois so mais um e opa!, a dissertação é amanhã e eu não tenho nada preparado! Tratei de me apressar e fiz uma apresentação bonitinha no power point e ensaiei varias vezes o que ia dizer. Ja conhecia bem assunto, então me sentia preparada pra explicar meu trabalho. Até queria que questões fossem levantadas, pra poder mostrar meu ponto de vista. E depois da radio, perdi muito o medo de falar pra outras pessoas. Então estava tranquila.
No dia seguinte quis chegar bem cedo pra poder preparar o equipamento da apresentação do Power Point. Meu primeiro estresse foi descobrir que a secretaria estava doente e so ela tinha a chave da sala onde estava o projetor. Ou seja, toda a minha apresentação foi por agua à baixo. Me enfiei numa sala vazia e fiquei que nem uma louca falando sozinha, ensaiando a minha nova apresentação, sem imagens, sem mapas, sem graficos. Voltei ao meu departamento e encontrei uma menina do meu curso que também ia defender naquele dia. Começamos a conversar sobre os nossos colegas que ja tinham defendido. Ela estava mais informada que eu. Eu perguntava:
- E fulano?
- Não passou.
- E sicrano?
- Também não.
- E beltrano?
- Ih, esse a professora disse que não dava nem pra ir pra defesa!
Foi nesse momento que a gente ouviu gritos da sala ao lado. Era a defesa de um garoto do nosso curso, que aparentemente, estava indo mal. A professora falava alto e agressivamente: "O trabalho esta muito mal feito, você não foi feito para a geopolitica!". Acho que foi mais ou menos ai que comecei a entrar em pânico. Eu era a proxima.
Minha orientadora chegou e simpaticamente aumentou o meu panico dizendo que tinha um erro de gramatica no titulo do meu trabalho. No ti-tu-lo. A pouca segurança que eu tinha foi pro ralo. Entramos na sala eu e a banca composta de duas professoras e fiquei feliz de não ter pego a diretora, que não mede as palavras e pouco se lixa se você vai se ofender ou não. Ela da a melhor aula do curso, mas é extremamente intimidante. Comecei minha apresentação e foi tudo bem. Depois foi a vez delas de dar o parecer. Olha, 80% dos que elas falaram foram criticas e 20% elogios. Mas a impressão que elas deram foi que não precisavamos perder tempo com o que estava bom, então era melhor nos concentrarmos onde poderiamos melhorar. E isso significava que meu trabalho não estava uma merda completa, so que tinham pontos onde eu poderia ter feito melhor. Depois me perguntaram se eu queria continuar com o mesmo tema no segundo ano. Eu respondi um sonoro e traumatizado "NAO". Não aguento mais esse assunto! Se eu ver um paraguaio na rua eu mato! Nota final: 14/20. Otimo! Passei pro segundo ano.
Agora tudo o que tenho que fazer é repetir tudo o que fiz no primeiro ano e me matar de escrever outro mémoire. Não é otimo?

9 comentários:

Mari disse...

Cruuuzes Amanda!!! Gritos é???? Agora as risadinhas da minha banca até ficaram parecendo politesse!!! Que professorada casca grossa!!!! Enfim, trauma vai, trauma vem, pelo menos a gente chegou ao fim e passou!!!
Minhas aulas começaram hj e ja estou de saco cheio mas... bola pra frente!
Parabééééns!!!!
bjus!

ps: também aprovei a idéia q vc mandou por email! bora!

Aline Mariane disse...

Parabééénss!!!
Ja tem outro tema em mente para o proximo memoire?!
Bjss!

Unknown disse...

Apresentar dissertação sem data-show? Nunca vi isso na vida! Se fosse na universidade onde eu estudo, isso jamais iria acontecer. Aqui na facu, se faz reserva (antecipada!) do data-show. Alem disso, onde estudo, quem tem a chave de todas as portas são os seguranças dos predios.
Vc quer é o titulo de doutora???

Maíra K. disse...

Nossa, e aí a gente pensa que no "primeiro mundo" as coisas funcionam direito..

Mas deu certo! Paabééééééééns!

Amanda Lourenço disse...

Aline, ainda não tenho um assunto não, to procurando. Aceito sugestões! :)

Asnalfa, tô passando longe do doutorado!

Mariana disse...

Ufa! Que sufoco... ainda bem que entre mortos e feridos todos sobreviveram!!! Rs! Me lembrei da minha apresentação, dor de barriga, mãos trêmulas e suadas, aff! Hoje morro de rir ao lembrar.
Parabéns pela nota e pela etapa vencida, bjos.

Anônimo disse...

Espantosa a falta de estrutura! Fico super feliz que tenha conseguido, fica o aprendizado. Bj

Bel Butcher disse...

Aiai, e eu ainda não vejo a possibilidade desse dia chegar!
Parabéns! Bola pra frente. Estude bem o próximo tema. Chegue no M2 já com noção do que vai fazer. Ajuda bastante.

PS: sumi, mas acho que essa semana voltarei ao mundo dos blogs e escreverei para o amigo-oculto! Bom, assim espero...

Anônimo disse...

PÔ que bacana! Fico feliz! Hoje encontrei uma amiga minha num petshop, ela fez pós em sociologia na França, passou por boas tb e é jornalista. Ah, uma outra amiga minha, de longa data, esta por aí tb, foi fazer pós em moda.
Senti falta de acompanhar seu blog, Amanda. Sorte no próximo ano!

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