sexta-feira, 31 de julho de 2009

Monstrinhos

Ontem foi meu ultimo dia de trabalho com os bebês que estava tomando conta por 3 meses. Um vai para a creche, o outro encontrou uma outra baba e eu volto pro mestrado em setembro/outubro. Essa ultima semana foi particularmente dificil porque tomei conta de três: um bebê de 5 meses, um de 7 meses e o irmão de um deles, de 2 anos e meio. E descobri que dois anos e meio é uma idade dificil.
Olha, o garoto não parava de perguntar. Perguntava tudo e repetidamente, mesmo se a gente desse uma resposta razoavel. Por que? Por que? Mas por que? Acho que ainda posso ouvir a vozinha dele me perseguindo pela casa. Ele ainda tinha um agravante: estava na fase entre as fraldas e o abandono das fraldas. Dai ao mesmo tempo ele teve uma pequena fase de regressão (os pais adoram falar em fases, ja repararam?) vendo os bebês e queria fazer tudo como eles. Resultado, xixi nas calças, pelo menos uma vez por dia. Depois eu fazia ele limpar (simbolicamente), ele dizia "c'est très dur, c'est Amanda qui fait", ha-ha! Eu não fiz nenhum xixi nas calças, então limpa.
Os bebês são tão mais faceis de cuidar! Eles ficam ali paradinhos, adoraveis, risonhos e rosados e te dão sinais quando estão estão com fome ou sono. Você brinca com eles, faz gracinhas, se esconde atras da almofada e eles morrem de rir. Tão simples! Ta, cuidar desses seres adoraveis à noite, eu não sei como é pois enquanto eles choram as 3h da manhã eu estou em sono profundo na minha casinha.
Essas criaturinhas de 2 anos e meio são bem mais complicadas. A começar pela linguagem. Sera que dava pra alguém traduzir o que eles falam? Criancinhas brasileiras eu até entendo, mas quando elas falam um rascunho de francês fica dificil! A maioria das coisas eu acabava entendendo, porque, diga-se de passagem, ele insistia. Outras vezes eu disfarçava e mudava de assunto, enrolando ele com outra coisa.
O mais engraçado é como eles não tem noção de nada mesmo. A mãe dele perguntou:
- Você lembra onde a gente vai hoje à tarde?
- A gente vai entrar no carro, ir até o barco, colocar o carro dentro do barco e entrar no carro de novo.
- Não filho, isso a gente vai fazer semana que vem, nas férias. Hoje a gente vai no pediatra.
-Ah é, oba!

7 comentários:

luci disse...

eu tou pensando em cuidar de crianças (quando eu souber falar francês). as pessoas tao me dizendo pra fazer isso agora, mas acho que eh um perigo alguem mudo cuidar de uma criança! mesmo que a criança não fale. imagina se acontece alguma cosia? como posso pedir ajuda? não, deus me livre, não quero ser irresponsavel. "oi, vim tomar conta do seu bebê, mas não sei falar francês", não rola. mas se eu for tomar conta de criança alguem dia, vou correr pra tu e pedir dicas hehehe

"Quanto às roupas, a sementinha dos novos blogs que vc ta lendo foi plantada!" pois é, e eu tou fudida. eu sempre, sempre, do fundo da minha alma, odiei o machismo. tudo eu criticava, mas alguns posts de alguns blogs feministas, me fizeram abrir a cabeça pra certas coisas. nesse exatissimo segundo em que eu escrevo esse comment, eu tou conversando com um amigo do brasil sobre um post da marjorie (http://marjorierodrigues.wordpress.com/2009/07/18/sobre-marcelo-tas-juliana-paes-e-a-dicotomia-santa-x-puta/). ele tah aqui debatendo comigo no msn sobre o assunto, eu sei que daqui a pouco sai briga, tou soh esperando hehehe

eu li o caso do lingerieday. nossa, eu fiquei impressionada, acho que ate comentei em algum post na epoca, nao sei se foi no da lola. mas eu prefiro ouvir mesmo, porque eu nao tenho a retorica que elas tem, se tivesse, ja tinha convencido esse amigo do msn de que estou certa :P

Anônimo disse...

Perguntei a um amigo, com filhos adultos e casados, quando depois dos filhos voltamos a dormir? digo dormir como anjinho, sabe? aquele sono!Rsp: NUNCA MAIS!!!!

" Filhos, pq tê-los? Mas se não tê-los, como sabê-los?"

bj

Anônimo disse...

Que bonitinhos os bebês...!
Aqui, me tira uma dúvida: você tá naquele programa de ir pra europa e trabalhar de babá (esqueci o nome messsmo!) ou foi por sua conta?

abraço!

Unknown disse...

Adorei os dialogos. Me fez lembrar das conversas da Lola e do maridao.
Poe mais aqui!!
Bjos!

Amanda Lourenço disse...

Luci, vc pode começar a procurar uma familia brasileira, geralmente eles sempre procuram babas brasileiras tbm. Mas é verdade que não falar francês causa riscos! Uma vez estava cuidando de uma menina brasileira logo que cheguei e estavamos brincando no parquinho. Durante 5 segundo eu me distrai e ela saiu correndo e eu não vi. Dai uma mãe francesa começou a gritar perguntando quem estava com a menininha fugitiva e eu continuei la com cara de paspalha, pois não tava entendendo o que ela dizia. Até que ela desistiu e foi pegar a menina ela mesma. Dai eu percebi tudo e fiquei me sentindo a pior das criaturas durante um mês.

Paula, eu trabalho por conta propria mesmo. Ser au pair vale muito a pena se a pessoa não tem visto, nem casa e nem sabe falar francês, mas fora isso é melhor procurar um emprego normal, pois ganha-se bem mais!

Rosa, não posso dizer nada sobre os filhos, mas acho que como baba eu fico so com a parte boa da coisa. Tomo conta deles, brinco, me divirto, mas não preciso me preocupar com a escola, com o futuro deles, ou levar no médico quando estão doentes, ou em comprar toneladas de brinquedos... E durmo bem tranquila à noite! :)

Obrigada Asnalfa! Eh, vou tentar colocar mais dialogos aqui sim, eles quebram um pouco a monotonia dos textos!

Anônimo disse...

Q inveja, kkkkkkkkkkkk. Mas não vou te botar medo, não, até pq seria mentira!!
A verdade é, tudo referente a rotina, q vc listou, agregamos a nossa rotina; com o tempo as limitações também se enquadram e não nos sentimos oprimidos, essa é a parte ruim. O reto é beleza e delícia, a parte boa...Qt aquele negocio de realização plena e padecer no paraíso, eu nunca me senti assim, acho q é lenda, acredito mais no relógio biológico mesmo, esse sim qd apita é difícil resistir, agente larga tudo e atende, essa que vos fala fez isso e até o momento não se arrependeu (pelo menos não muito, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk), Beijos!

Qt ao trabalho, se eu tivesse q recorrer a uma baba escolheria latina, pq vi crueldades, me revoltava como as crianças eram tratadas por certas mulheres q se diziam babas, via mais atenção e carinho aos cachorros, fiquei tão revoltada q generalizei; super boa sorte para vc no novo ano, espero poder te encontrar um dia desses pra uma baguete com brie, hummm q delícia!

Carol Nogueira disse...

Ai, Amanda, você é hilária. Vou te trazer em casa pra você conversar com o João.

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