quinta-feira, 10 de março de 2011

Quadrinhos - Poulet aux prunes



Sou a maior fã da Marjane Satrapi desde que li Persépolis, um dos meus BDs preferidos de todos os tempos. Ela praticamente pega na nossa mão e nos leva pra passear no Irã cada vez que abrimos um livro seu. Todo aquele universo muitas vezes incompreensivel e estranho é desvendado pelas palavras espirituosas e desenhos firmes de Satrapi. Aprendemos sem sentir, ja que a historia do seu pais é pano de fundo para suas obras. Ensinar sem esforço, pra mim, é o maior mérito que um autor pode ter. Em Broderies (Bordados), um livrinho que li em menos de uma hora, entendemos um pouco mais o cotidiano das mulheres iranianas. Elas conversam enquanto bordam e nos revelam um mundo de sutilidades - aquela velha historia de que o homem pensa que manda, mas que na verdade quem controla tudo são elas (tomara que um dia elas não precisem fingir mais). Mesmo o titulo da HQ tem duplo sentido, ja que bordado também é uma expressão pra designar a operação de revirginamento que muitas iranianas se submetem antes do casamento.

Essa semana, um dos livros que peguei na biblioteca publica foi Poulet aux Prunes (Frango com ameixas). Um pouco maior que Broderies, mas da pra ler tranquilamente em uma tarde, até porque a historia é tão interessante que a gente devora mesmo. O livro conta a vida e a morte de Nasser Ali Khan, um musico iraniano, parente distante de Satrapi. Em comparação às outras, essa obra é menos sobre o Irã e mais sobre a introspecção do individuo. O personagem é um artista e isso da a desculpa que a autora precisa pra criar uma atmosfera meio poética. A historia se passa em apenas sete dias, mas com muitos flashbacks para que a gente dê uma espiada na vida de Nasser Ali Kahn e compreenda suas decisões.

Entre a realidade, o fantastico e os devaneios do musico, nos sentimos completamente ligados à Nasser e torcemos por ele, mesmo ja conhecendo seu desfecho. Na verdade, apesar da Satrapi contar o final do livro logo no inicio, ela nos reserva uma outra surpresa, linda e emocionante, que da todo sentindo ao livro. Recomendo muito.

12 comentários:

caso.me.esqueçam disse...

tou lendo meu primeiro romance em francês. o começo, ao menos, se passa em bagdad e ja aprendi um monte de coisa sobre o iraque, eh tao legal! eh como tu dissesse: a gente aprende sem sentir. infelizmente o cara que me emprestou o livro vai embora da casa hoje! vai se mudar pra bretanha e eu tou rezando pra que ele me ofereça o livro como presente hehehe nem cheguei no terceiro capitulo :(

Drixz disse...

Adorei o Persépolis. Vi outros livros da Marjane no Brasil, mas estava na loucura da defesa. Mas agora acho que vou ler esse. Valeu a dica!

Luciana Nepomuceno disse...

E Persépolis tem filme, você viu? Tem aqui uma bela resenha, foi por ela que me aventurei em busca: http://50anosdefilmes.com.br/2011/persepolis-persepolis/
Beijos

PS. Quanto ao post anterior e a sugestão da xará, pode não ter um grande público, mas tem um público atento viu? E se não comento com mais extensão é que venho aprender ;)

disse...

Amei Persepolis também! E olha que nem curto muito BD, viu? Mas esse me cativou, fiquei deprimida qdo chegou ao fim.

Vou ler os outros dela também, boa dica!

Rita disse...

Amanda, fiquei com uma vontade danada de ler o troço. Tem em português ou inglês?

Luci, ganhou o livro???

Beijos
Rita

Cris Chagas disse...

Amanda, eu vi o filme Persépolis e adorei! Fiquei louca pra aprender francês (cheguei a fazer uns meses de aula, mas tive q parar...) pra ler esse BD.

Não sei se encontramos livros dela em português... Mas não sei, me deu mesmo vontade de ler em francês^kkk

Carol Nogueira disse...

Outra bela coincidencia da vida: estou em plena fase Satrapi tambem. Uma amiga me emprestou todos os Persepolis, Poulet aux Prunes e Broderies (exatamente os mesmos que voce ja leu). Ja devorei tudo, estou no meio do ultimo! Incriveis coincidencias.:)

Amanda disse...

Borboleta, amo o filme Persépolis tbm! E amo justamente pq ele se aproveita de instrumentos que um BD não pode oferecer, como por exemplo, a parte que ela canta Eye of a Tiger, muito engraçado! Outra parte que adoro são os amigos rockeiros tocando barulho puro e balançando a cabeleira.

Rita e Cris, esses livros dela tem em português sim! Encontrei até e-book de Frango com Ameixas e Persepolis! http://ebooksgratis.com.br/?s=persepolis
Ainda não testei, se alguém baixar, volta aqui pra confirmar se funciona bem, ok?

Fernanda disse...

Ola' Amanda,
Boa lembrança! Verdade que eu adorei Persépolis mas nunca fui atras de outras publicações da autora.
Adicionados à fila de leitura...
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Fernanda

Anônimo disse...

MANDA! Acredita que outro dia desses tava passando no canal fechado Persépolis?! Parei pra assistir, mas nem terminei, porque odeio pegar as coisas pela metade... UAHSAUHSUHAUHSUASH MAS fiquei com ele na cabeça...

Bárbara disse...

Porque os livros que você recomenda sempre parecem ser tããão legais? :-)
Assim você me faz comprar cada vez mais coisas para ler, droga, droga, droga!

Enaldo Soares disse...

Excelente, o poema de Khayyam é um dos meus preferidos a ponto de memorizá-lo. Torço para que o filme também seja ótimo

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